simples assim

porque hoje eu tomei um banho de mar maravilhoso e lembrei daquela cena do filme do cazuza. depois lavei o rosto com água de côco e fui embora me sentindo feliz da vida.

*portugal*

eu preciso dizer que chegar em lisboa foi um alívio. porque aterrissar, depois de o piloto ter claramente errado a aproximação do aeroporto [tenho que admitir que, por essa e por outras, eu tenho ficado com medo de avião!], não pode ter outro nome. nossos anfitriões, chatô e sarah, nos esperavam no desembarque com sorrisos, abraços e um português delicioso de se ouvir depois de tanto francês e inglês. os termômetros marcavam inacreditáveis 17º - o que, para quem havia passado os últimos 15 dias oscilando entre 4º negativos e positivos, pareceu um calor senegalês [pena que nos 15 dias posteriores a temperatura máxima no país foi 10º]. naquela noite deliciosa, jantamos um bacalhau idem, preparado especialmente para a ocasião pelo chatô, que se revelou um verdadeiro chef de cousine. chatô e sarah são o típico 'casal jovem morando no exterior': têm uma vida social bastante restrita, assistem globo internacional para se sentir mais perto de casa e adoram receber os amigos do brasil. não que estejam infelizes. ambos estão legalmente em lisboa, trabalham no que gostam, fazem mestrado numa conceituada universidade portuguesa, e têm amigos [brasileiros] com quem podem contar para tudo. no mais, moram bem, comem bem [depois destas minhas duas idas recentes à europa estou absolutamente convicta de que comemos refugo no brasil!], ganham bem [e em euro!], têm um poder de compra infinitamente maior [e mais justo!] do que o nosso [do leite nosso de cada dia aos móveis da incrível ikea, os super-eletrônicos do media market e os terninhos da zara - eu trouxe 6!], e já conheceram metade da europa. os dois foram de uma delicadeza e de uma generosidade imensas e difíceis de se ver. e se revelaram os melhores anfitriões ever. o apartamento foi o mesmo em que nos hospedamos no ano passado, só que sem eles. esse ano, com eles em casa, foi bem especial. o fato de termos ido recentemente à lisboa [foi minha terceira vez na cidade], e de termos a companhia deles, que a conhecem tão bem, fez com que a víssemos de outra forma, bem menos turística, bem mais cotidiana. uma delícia. então trocamos o castelo de são jorge, por exemplo, por um jantarzinho numa pizzaria bem peculiar nas docas de santa apolónia, chamada casanova. trata-se de um dos charmosos restaurantes instalados às margens do tejo, com varanda externa onde o vento gelado não nos permite ficar nem por decreto nesta época do ano, mas que estou certa de que é dos lugares mais charmosos e sexies onde se pode jantar no mundo nas outras três estações. a parte interna é apertadinha e pitoresca. são apenas 7 mesas, sendo 4 de 10 lugares, e 3 de 4 lugares, de maneira que se você vai em casal é possível que se sente ao lado, numa mesa de 4 cadeiras, de um indivíduo que cismou em ir comer uma pizza sozinho naquela noite [como aconteceu na mesa da nossa frente e nos deixou constrangidos, pelo casal e pelo solitário convicto!] ou entre duas turmas de 4 pessoas - uma loucura! como estávamos em 4, e tivemos a sorte de pegar uma das mesas de 4 lugares, ficamos confortavelmente a salvo de estranhos. na última noite do ano, antes do nosso revéillon-balada na sede de um antigo jornal comunista, chamado 'a voz do operário' [vocês conseguem pensar em algo mais comunista do que isso?], no antigo bairro alto, fomos jantar num japonês que também muito dificilmente encontraríamos em circunstâncias eminentemente turísticas. a passagem do ano foi pitoresca, com direito a show de cabaré burlesco e uma mistura bizarra de música tecno portuguesa e americana, comandadas pelos famosos dj´s gimba e johnny [os fundadores comunistas do local devem ter se revirado master em seus túmulos!]. fomos em grupo, de 7 pessoas - todos brasileiros. todo mundo de preto, no maior estilo 'em roma como os romanos'. uma comédia! uma passagem de ano no mínimo peculiar, e antes da da maioria de vocês, que me lêem das américas. dia 2 amanheci mal, e dia 3 estava tão lascada de gripe que tive de abortar a tão programada ida a salamanca, com camis e jorge*, e acionar o seguro viagem para ser devidamente examinada por uma médica plantonista do hospital cuf descobertas, nas imediações da gare do oriente. estava tão congestionada que até conjuntivite tive. saí de lá com uma receita para 6 remédios - um antibiótico, um anti-inflamatório, um anti-alérgico, um corticóide para o nariz, um colírio e uma pomada para os olhos - que custaram, juntos, a bagatela de 35 euros [o que não daria para comprar nem o antibiótico aqui no brasil]. e como eu nunca tomo remédio, 24 horas depois estava boazinha, com o olho um pouquinho baixo ainda, mas lépida e fagueira. a nevasca que caiu sobre salamanca naqueles dias impediu definitivamente a ida à minha espanha, com direito a um dia em ávila de santa teresa [ô frustração, clarita!]. meu estado de saúde não me permitia dias mais frios do que os que estavam fazendo em portugal, nem longas caminhadas a céu aberto, de maneira que decidimos ficar. em compensação, sobrou mais tempo para curtir lisboa na companhia de nossos queridos anfitriões, para aproveitarmos os saldos e irmos às compras [comprei muito mais do que o que estava programado, com direito até a uma cafeteira nespresso cityz branca e 250 cápsulas dos 16 sabores de café diferentes - e agora ando igual a dona florinda, perguntado a todo mundo: 'não quer entrar para tomar uma xícara de café?'], e para visitarmos as cercanias, como fátima, estoril e minha amada cascais, onde ainda hei de morar um dia. foi nessa ida ao estoril que soube que, em 1939, quando eu ainda nem sonhava em vir a este mundo, meu vinícius e sua primeira mulher, tati, então residentes em paris, decidem voltar ao brasil em razão da eclosão da segunda guerra mundial, e passam, junto a oswald de andrade e sua mulher, bárbara, 28 dias hospedados no antigo hotel paris, enquanto esperam pelo navio angola, que os traria de volta ao rio de janeiro. e foi durante essa estada de quase um mês em portugal que vinícius escreveu o 'soneto da fidelidade', cuja a célebre frase 'que seja infinito' está gravada num pingente de ouro branco que adorna o meu pescoço e que eu já mostrei para vocês em outra ocasião aqui nesta biroska. estou certa de que o pedaço de alma que ele deixou por lá, por lá ainda flutua, e deve ser um dos motivos inconscientes pelos quais eu tanto gosto de cascais. e para finalizar este post, antes que ele fique tão longo que ninguém tenha paciência para terminar de ler, preciso dizer que chegar à lisboa, vinda de paris, bruxelas e amsterdam, é um tanto chocante. nota-se, solidamente, o imenso hiato de desenvolvimento que ainda há entre portugal e o restante da europa. no entanto, é de um enternecimento imensurável também, pelo idioma, pelo frio mais ameno, pela comida deliciosa [em nenhum lugar do mundo se come tão bem como em portugal!], pela proximidade do atlântico e pela familiaridade do povo - é confortador olhar para as pessoas no metrô e não ter um pouco de medo delas. em portugal, todo mundo é familiar, e a gente tem uma espécie de certeza de que todo mundo tem um lar para onde voltar.
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*camis é minha amiga e ex-colega de coordenação, que está fazendo doutorado na universidade de salamanca. jorge é o marido dela. preciso contar uma história muito bizarra que aconteceu conosco nesta viagem: dia 24 de dezembro, estávamos em paris quando o celular europeu que usávamos lá toca. era o chatô, nosso futuro anfitrião, ligando de portugal para desejar feliz natal. estava ele numa festa de natal, na casa de uns amigos brasileiros, e diz que tem uma pessoa lá que diz que me conhece e quer falar comigo. fico nervosa, sem saber quem poderia ser, até que escuto, do outro lado da linha, um 'candisssss?!' inconfundível. pois nossos dois casais de anfitriões, um morando em lisboa e outro em salamanca, se encontraram numa festa de natal na casa de amigos em comum, na parede, que é uma cidadezinha que fica entre lisboa e o estoril. vocês acreditam num negócio improvável desses?! quando eu digo que o mundo é pequeno e que eu tenho me revelado a rainha das improbabilidades acontecidas...

*amsterdam*

quanto mais o trem sobe no mapa [ou desce para os chamados 'países baixos', depende do referencial], mais linda vai ficando a paisagem. saca aquela casinha do exame de vista? aquela casinha vermelha láaaaaa no fundo de um pasto verde [deve ser para ver se a gente é daltônico!]? pois. na vida real ela fica em algum ponto do caminho entre bruxelas e amsterdam. eu vi. fora desta época, dizem que o tapete de neve dá lugar a um tapete de tulipas coloridas, e o que já é lindo fica encantador. cheguei em amsterdam quando já era noite. chovia e, depois da experiência em bruxelas, só deixei a estação devidamente munida de um mapa da cidade [esse aí que seguro na foto!], que solicitei e imprimi numa máquina, a custo zero, ali mesmo. do lado de fora, uma casinha exclusivamente destinada a fornecer informações previne que a cidade recebe mais turistas do que gente. fui até lá, perguntar para que lado ficava o número 12 da prins hendrikkade, onde estava o nosso hotel. fui prontamente atendida por uma holandesinha igual a boneca heidi que ganhei da minha mãe quando tinha uns 9 anos. o mesmo tom de cabelo loiro e a mesma roupinha quadriculada em azul claro e branco. muito solícita e simpática, ela me deu a excelente notícia: 'it´s not far from here'. atravessamos a ponte sobre o canal na frente da estação e viramos à direita, no meio de tanta gente que mais parecia a ladeira porto geral, só que com malas. andamos uns dois quarteirões, reconhecendo, como num déjà vu, a placa em neon azul que já havíamos visto no assustador google maps 3d. foi só o tempo de fazer o check in, subir para inspecionar o quarto [e o banheiro, naturalmente!], deixar as malas e descer para ir ver a cidade. caminhamos rumo a damrak, ponto de referência absoluto em amsterdam. seguimos o fluxo, debaixo de uma fina garoa, num frio de rachar, até a dam place - que, francamente, depois da grand place não pode impressionar ninguém. viramos à esquerda, aleatoriamente, e nos embrenhamos por entre casinhas, canais, pontes e muitas bicicletas. de repente, as luzes foram ficando vermelhas e a freqüência um tanto duvidosa. estávamos no coração do famoso red light district, onde mulheres de calcinha e sutiã se oferecem nas vitrines como carne no açougue e estranhamente falam ao celular. vi uma cicciolina com peitos do tamanho de bolas de basquete, uma gorda bizarra, uma velha se maquiando e uma só moça [moça?] bonita, que pelo biotipo devia ser latina, ou do leste europeu, vai saber. todas, rigorosamente todas, falando pelo celular. achei aquilo deprimente, malgrado todo o discurso anti-hipócrita que possa ser usado em defesa. quem me conhece, e já teve comigo uma discussão a respeito numa mesa de bar, sabe o que eu penso sobre sexo comprado. tentei manter o foco nos milhares de cisnes brancos que, concentrados bem ali naquele ponto do canal, contrastavam com a escuridão, em sentido denotativo e conotativo, do bairro. no dia seguinte, aberto pela chuva da noite anterior, mas nem por isso menos frio, caminhei pela cidade, deliciosamente plana, admirando suas lindas casas e seus típicos e múltiplos canais, até chegar à rembrandt huis, minha única exigência na cidade, que tem ainda os imperdíveis van gogh museum, rijksmuseum, e a anne frank huis, que ficaram para uma próxima vez. os dois primeiros, porque não havia tempo suficiente para desfrutá-los de maneira decente, e a casa da anne frank porque tinha uma fila de no mínimo duas horas, sem exagero, impossível de ser encarada debaixo de um frio de -2º, com sensação térmica de uns -10º. rembrandt é meu pintor holandês favorito. rembrandt é, aliás, um de meus pintores favoritos de todas as nacionalidades, perdendo, talvez, apenas para alguns espanhóis, que são o meu fraco. gosto de seu jogo de luzes e sombras, sou absolutamente fascinada por sua técnica e estar naquela que foi a sua casa, naquele que foi o seu ateliê, e me ver refletida no espelho que refletiu sua imagem foi de uma emoção indescritível. a europa tem dessas coisas, já diria meu amigo jorgê. depois de sair de lá, com a sensação de que amsterdam já tinha valido, muito, a pena, mesmo se acabasse ali, passei na kipling da heiligeweg, onde comprei, por 124 euros, a mesma bolsa de couro camel que havia visto, por 248, na loja matriz em bruxelas, 24 horas antes [a moça da loja de bruxelas me deu a dica de que em amsterdam já haviam começado os saldos da estação - e que saldos!]. depois, fui encontrar com a dê e o jan-hein no heineken hoek café da leidseplein. dê foi minha professora de ballet a vida inteira, dos 7 aos 24. ela casou com o jan há uns 6 anos, e foi morar em rotterdam. fazia pelo menos 3 que não nos víamos, desde a última vez que ela esteve em fortaleza e que reunimos todo o corpo de baile aposentado num café da historiador raimundo girão. quando eu soube que iria passar pela holanda, mandei logo um email para ela, que se programou toda e foi passar o dia comigo. foi lindo revê-la e, como ela é um pouco minha mãe, senti-me acolhida, protegida, mimada. pegamos um barco e demos a volta completa pelos canais, enquanto ela e o jan nos mostravam tudo e nos davam uma verdadeira aula sobre a holanda. depois, fomos ver as vitrines da rua mais cara de amsterdam - a pieter cornelisz hooftstraat - e jantamos num restaurante grego com nome de cueca. terminamos o dia nos despedindo em frente ao hotel, com lágrimas nos olhos, as duas. eu, pela gratidão imensa que sinto por ela. por tudo, e especialmente pelo carinho recebido neste dia lindo que passamos juntas em amsterdam. ela, dizendo-me do orgulho que era me ver assim, adulta, tendo acertado o rumo na vida. dê é a brasileira mais européia que conheço. ela não tem globo internacional e se ufana por viver num país em que há justiça social, o salário mínimo é digno e os idosos são respeitados. o único que realmente lamenta é não viver em viena - imaginem vocês! ela parece dura na queda, mas é das melhores criaturas que conheço. quando nos abraçamos na frente do hotel, me entregou um envelope com 300 euros [que ela pediu aos amigos holandeses de presente de aniversário, dias antes], pedindo-me que eu fizesse chegar à casa do menino jesus - dinheiro que já foi devidamente convertido em cerâmica e outros materiais de construção, que era o que mais eles estavam precisando no momento. no dia seguinte, o último na cidade, caminhei calmamente, deliciando-me com cada detalhe, de cada casinha, parando vez por outra para me esquentar num café ou me refazer do susto de quase ter sido atropelada por uma bicicleta, até a hora de pegar um táxi e rumar para o aeroporto de schiphol, de onde voei para a segunda parte das minhas férias, em portugal.
próxima parada: lisboa.

no avião com danuza

comprei na la selva do galeão/tom jobim, antes de embarcar de volta para casa, na quinta à noite. vim lendo e dando risada sozinha, no avião, antes de adormecer [fazia séculos que eu não dormia num vôo] e acordar com meu ouvido acusando que já havíamos iniciado a descida para o pinto martins. neste volume - que leio devagar para não acabar - danuza descreve lugares e aventuras em mais quatro cidades imperdíveis: são paulo, buenos aires, berlim e londres. uma delícia. estou terminando buenos aires, com a terrível sensação de que subaproveitei a viagem e que preciso voltar. sobre são paulo, gostoso ler suas impressões sobre lugares que conheço tão bem: o bar do unique, com seus playboys paulistanos [segundo ela, 'não há nada nesse mundo que se compare a um playboy rico e paulistano'] e sua deslumbrante vista; a galeria dos pães; a bella paulista; o quartier chic, nos jardins; o museu do futebol; o mercado municipal e suas 'lichias da malásia'; o trianon; a feirinha do masp; a livraria cultura... ai, são paulo, saudades de você!

rio 50º

assim como as divas beyonce, madonna e nicole scherzinger [paris hilton não é diva, né?], eu também estive no rio esta semana [*hohoho*]. em circunstâncias bem menos glamourosas, é verdade, mas no mesmo rio. fui a trabalho, para uma espécie de convenção anual dos diretores de unidade de todo o brasil com o presidente e a diretoria executiva do grupo de ensino superior privado no qual trabalho. cheguei na segunda e fiquei até a quinta à noite, véspera do carnaval. brincadeira encarar o galeão na véspera de um carnaval! como eu previ, nada de zona sul, nada de um segundinho de folga para ligar para mô e programar uma calçada de ipanema. nada de cristo redentor, nada de pão-de-açúcar, nada de lagoa, nada de leblon. hospedei-me no transamérica da barra e fiquei por ali mesmo, triangulando entre o campus tom jobim e o office, com um jantarzinho no outback, um no balada mix, e outro no la mole do barra shopping. o esquema era de imersão total, com pausa de uma hora para o almoço, preparado e servido in loco pelos alunos da gastronomia. na noite de abertura, uma palestra surpresa com ninguém menos que o maestro joão carlos martins, em pessoa. e seu piano, naturalmente. para uma platéia atenta e silenciosa, o maestro contou sua incrível história de vida - que eu já conhecia, mas nem por isso deixou de me impressionar. uma prova de que há mesmo muito mais coisas debaixo deste céu que nossa vã filosofia é capaz de supor ou imaginar. no final, tocou luíza, a ave maria de gounod e acabou de me matar com eu sei que vou te amar, acompanhado de um jovem aluno, de sua bachiana, ao violino. as lágrimas que escorriam discretamente dos meus olhos deram lugar a um choro de verdade e eu quis morrer de vergonha, pero bueno. durante o coquetel, entre um suco de tangerina e outro de frutas vermelhas, que eu tomava para não desidratar e desmaiar de tanto calor, disse-lhe que ele me havia emocionado profundamente, enquanto me autografava o cd, onde escreveu: 'para candice - o nome é sofisticado - um beijo do joão carlos martins'.
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depois do rio, carnaval em casa, descansando master, colocando os filmes em dia, brincando de fazer cupcakes e encontrando amigos que também já passaram da fase.

*bruges*

queridos, bruges é linda. medieval, bucólica, romântica, irretocável. da estação central de bruxelas, no coração da cidade, sai um trem a cada meia hora, para uma viagem de pouco mais de 50 minutos. pode-se, portanto, fazer o percurso bruxelas - bruges - bruxelas em um dia, tranqüilamente. pode-se, não. deve-se. bruges é imperdível. e, não fosse exatamente por ela, o caminho, por si só, já valeria a viagem. da janela do trem vêem-se pastos absolutamente verdes, neve branquinha por derreter [nesta época do ano], lindas casinhas com telhado em V invertido e impressionantes cavalos com patas de elefante. o trem é uma babel absurda. você senta atrás de um casal de russos, na frente de um grupo de japas tagarelas, ao lado de uma mãe francesa que joga baralho com seu filho fofo de 8 anos [criança falando francês é o que há!] e ainda ouve o trio de alemães bem típicos, que parecem brigar mas de vez em quando soltam uma gargalhada bem caricata: 'ho ho ho ho'. uma comédia. se der sorte, como eu, ainda faz amizade com um belga simpático, que embarca em gent, te dá uma aula sobre a bélgica em inglês, e te adiciona no facebook no final do dia. bruges é a veneza do norte, dizem alguns. seus canais a tornam ainda mais bonita, romântica e agradável. absolutamente percorrível a pé, é possível desembarcar na estação e intuitivamente ir caminhando pela cidade, sentindo o vento gelado no rosto e o cheiro de chocolate [belga] no ar. as ruas são de paralelepípedo, as casinhas de tijolo aparente e sempre apontadas para cima. o dia estava azul [o primeiro dia azul desde que cheguei] e a paisagem era tão linda que parecia que a gente estava andando dentro de um quadro pintado a óleo. a praça central parece feita de lego e a gente se sente um playmobil. a gente caminha mais um pouco, pára numa barraquinha natalina para comer o típico waffle belga, compra uma coruja a mais para a coleção, vê algumas das vitrines mais lindas que já viu em toda a vida - cheias de latinhas, doces, miniaturas, coisinhas - e, de repente, deu um 360 na cidade e voltou para a estação, bem a tempo de pegar o próximo trem de volta para bruxelas. um dia perfeito.
próxima estação: amsterdam.

desperdício

vou ao rio na segunda, a trabalho. nada de cristo redentor. nada de lagoa. nada de ver os aviões decolando do santos dumont de cima do pão de açúcar. nada de ver o morro do vidigal acender atrás dos dois irmãos. nada de pôr-do-sol na colombo do forte de copacabana. e o mais phoda [com ph e em neon, piscando!] frustrante de tudo: nada de calçada de ipanema. ficarei triangulando entre a universidade, o office e o hotel, tudo na barra. e a barra - convenhamos - não é exatamente o rio. volto na quinta. se me der a louca, peço demissão e saio correndo igual o forrest gump para ligar para vocês - mô e clara - do orelhão da esquina da maria quitéria com a vieira souto. combinado?
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ah, bruges [ainda] vem aí!

.por onde andei.

.por onde andei.
.sob o céu furta-cor de jeri.

.pela orla da minha querida cascais.

.por entre as milhares de bicicletas de amsterdam.

.pelas ruas medievais da irretocável bruges.

.sob as luzes e sombras da grand place, em bruxelas.

.pela simétrica [e linda!] place des vosges, em paris.

.pela incrível plaza de españa, em sevilla.

.pelo fabuloso parc güell, em barcelona.

.pela recoleta, em buenos aires.

.pelas muralhas de óbidos.

.pela nascimento silva, em ipanema.

.pela cidade alta, em salvador.

.pelo pico alto, em guaramiranga.

.pelas charmosas ruas de sintra.

.pela torre de belém, em lisboa.

.pelas margens do douro, no porto.

.pelo casco viejo, em santiago de compostela.

.pelo meu retiro, em madrid.

.caminham comigo.

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.plágio é crime e atestado de burrice.

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.presentinhos.

.presentinhos.