sampa

amanhã vou a são paulo, queridos. de noite irei ao renaissance para ver o marcos caruso de robert kincaid e lembrarei de vocês. tento mandar notícias de lá.

tears in my eyes burn

no carrinho amarelo, o cd bossa n´marley. com vários repeats para a versão de waiting in vain.
--------------------
a propósito, fui ao oftalmologista para um exame que me custou a bagatela de 700 contos. o plano de saúde me ressarcirá uma parte, ínfima. e estou certa de que o colírio que me pingaram nos olhos era de pimenta.

saravá, poetinha!

porque ele completaria hoje 96 anos de paixão.
saravá, meu vininha!

fim de findi

[o outono no kansas - direitos autorais gentilmente cedidos pela ju]
o sagrado almoço de sábado com os meus. a companhia inigualável da minha mãe e da nini para escolher o vestido que usarei, como madrinha, no casamento da chel e do nic [nossos vizinhos aqui na 'portelinha']. as cores do outono na terra da dorothy, que fazem uma amiga querida lembrar de mim no hemisfério norte [sim, amber is the color of my energy]. os emails impublicáveis trocados com clarita del valle. a noite de salamanca, e sua catedral iluminada, vista [pelo skype] da janela do apartamento da camis, na qual me debruçarei pessoalmente em janeiro. mais da metade dos trabalhos dos meus orientandos devidamente lida e rabiscada. a dieta da carolina dieckmann reiniciada. o william bonner no marília gabriela entrevista. a expectativa pela nossa semana jurídica no vila galé a partir desta quarta. a espera pel´as pontes de madison no teatro renaissance no feriado de 2 de novembro. e a perspectiva de uma mudança de vida considerável a qualquer momento a partir da semana que começa dentro de 1 minuto.

buon compleanno, nono!

e hoje meu nono luís - o velhinho mais legal do planeta - fez 97 anos. ê coisa bonita é ter quase um centenário de histórias para contar nesta vida! gente, eu preciso dizer que ele é muito fofo. e tão especial que eu gostaria de poder levar cada um de vocês para conhecê-lo. entre outras coisas porque, por mais que eu tente descrevê-lo, sinto que jamais conseguirei dimensionar sua fofura, sua gentileza [ele é, de longe, a pessoa que eu mais imediatamente consigo relacionar à palavra gentleman], sua lucidez, seu otimismo. não deve ser fácil chegar aos 97 tendo visto partir todos os seus amores e amigos. e eu sei que para ele não foi, não é. mas ele não se abate. e vive bem. e sorri. e cantarola. e sai sozinho e me compra cerejas de verdade. e faz planos. planos para um futuro que eu sei que no íntimo ele pressente que não chegará. mas ele não se abate. deve haver um momento na vida em que a morte nos pareça menos assustadora. por hora eu quase choro ao ouvir, enquanto dirijo: "do you realize - that you have the most beautiful face? / do you realize - we're floating in space? / do you realize - that happiness makes you cry? / do you realize - that everyone you know someday will die? / and instead of saying all of your goodbyes / let them know you realize that life goes fast / it's hard to make the good things last / you realize the sun doesn't go down / it's just an illusion caused by the world spinning round..."
---------------------
life is going fast. e nós estamos envelhecendo.

feliz dia meu!

não me desejem feliz dia 11 de agosto, queridos. porque, a despeito de ter um número de inscrição na oab, não me sinto advogada. nunca me senti e, a bem da verdade, preciso dizer que, com o passar do tempo e o caminhar da vida, sinto-me cada vez menos.* e não seria exatamente correto dizer que faltou-me tentativa. mais honesto, certamente, seria admitir que, a despeito de minha relativa boa-vontade, todas as tentativas de assumir a profissão me restaram absolutamente infrutíferas. a mais recente delas, inclusive, deixando-me, a mim e à minha pretensa sócia, com um estoque de 300 cartões de visita verticais, muito bem elaborados, em tons de laranja, café e prata, nos quais se lê barroso nóbrega advogadas associadas e um número de telefone que acabou encontrando outra serventia. em contrapartida, estejam a vontade para me desejar feliz dia 15 de outubro, porque me sinto cada vez mais professora. cada vez mais consciente da inconsciência divina da escolha que fiz aos 17, quando eu sequer pressentia a importância dela na formação da minha persona. desejem-me feliz dia 15 de outubro, queridos, porque preencho cada vez com menos hesitação o campo 'profissão' dos formulários que, vez por outra, me toca preencher. e escrevo, onde muitas vezes só caberia a palavra 'advogada', com muito orgulho e absoluta convicção: 'professora universitária'. outro dia, pensando a respeito, percebi que acabei repetindo a história profissional de meu avô oscar, pai da minha mãe. professor oscar, um ser especialíssimo que formou-se em direito [sem jamais advogar], fundou um colégio, viajou o mundo, publicou três livros de poesia e acabou sabiamente seus dias cortando bananeiras na serra de ibiapaba. e eu, que levo todas as coisas muito a sério nesta vida, senti uma responsabilidade imensa nesta espécie de continuidade que sou de meu avô. e fico feliz, meu povo, tanto que quase não caibo em mim, quando percebo que dou para a coisa, que estou no lugar certo, que poucas coisas me cairiam melhor do que um pincel atômico nas mãos, que minha voz é boa e meu vocabulário apropriado, que meus alunos me consideram articulada e eloquente [de longe os melhores elogios profissionais que já recebi], e que riem de mim, e me acham meio doida, quando faço minhas graças para que eles aguentem firme até o final da aula, o final do mês, o final do semestre.
----------------------
*em tempo: gostaria de esclarecer que, contrariando a nota que saiu hoje num jornal daqui, não estou apoiando especificamente ninguém para as próximas eleições da ordem. na verdade, não tenho idéia de porque meu nome saiu naquela listagem, se nem votar eu voto, já que solicitei a suspensão temporária do meu número [e do respectivo pagamento] da oab por não estar exercendo a profissão. registre-se, no entanto, que não tenho absolutamente nada contra o candidato, embora não tenha achado correta a utilização não autorizada [sequer consultada] de meu nome e do de outros colegas. não apóio ninguém e apóio a todos. faço questão de não me envolver no jogo de vaidades e troca de interesses que são estes pleitos. espero, apenas, que vença o melhor. ou que, se não, faça o melhor aquele que vencer.

almas afins - parte III

e disse o meu troço que sua alma flutua, entre outros lugares, pelo mam de salvador e pelo pôr-do-sol do farol da barra, por entre os barquinhos atracados no cais da barceloneta e por um cantinho específico da beira mar de fortaleza... e eu aqui overpensando, com os meus botões, por onde flutua a minha alma mesmo não tendo estado [pelo menos nesta encarnação], ainda, o meu corpo:
... por entre o branco caiado e o azul egeu de santorini...
... pela atmosfera caliente de málaga - 'la ciudad del paraíso'...
... pela ponte carlos, em praga...
... pela praça vermelha, em moscou...
... pelo ar rarefeito de machu pichu...
... por entre as ruas labirínticas de fez, no marrocos...
... sobre a paisagem lunar da capadócia, na turquia...
... sobre a imensidão terracota do gran canyon, no arizona...
... e pelos alpes do tirol, na áustria.

caminante, no hay camino...

... se hace camino al andar.
[antonio machado, poeta sevillano]
-----------------------------------------
antonio machado dá nome à calle em que morei, em madrid, num bairro de nome sugestivo para abrigar uma alma com a minha: ciudad de los poetas. na verdade, meu prédio tinha por endereço a calle valderrey, mas a rua da frente, onde pegávamos diariamente o 127 [até cuatro caminos], e ocasionalmente o 132, e onde hoje se pode pegar o metro, era a calle antonio machado. ao olhar para esta foto, tirada este final de semana pela lulu - uma menininha fofa, bem parecida comigo quando tinha a idade dela [3 anos] - lembrei-me, imediatamente, deste poema do poeta andaluz. sei lá, achei poética a foto. e tão a cara deste caminho que tive de trazê-la para cá.
------------------------------------------
o final de semana foi atípico, queridos. sem as cores, os cheiros e os sons da cidade. sou uma urbanóide convicta, mas passar 48 horas longe de tudo, e de quase todos, e perto apenas do céu, do mato, dos pássaros, e ouvindo a ave maria de gounod, vinda como que do além, às 18h em ponto - minha hora preferida do dia - foi revigorante e um bálsamo para a minha saúde mental/espiritual. foram dias de friozinho de 15ºC em pleno ceará, numa casa linda [construída pelos jesuítas no século XIX e comprada pelos antepassados de nossos anfitriões na década de 30 do século passado], cheia de histórias e de espíritos, no alto da serra de guaramiranga. dias de boas conversas, regadas a bons vinhos, tintos e rosés. de sauna quente e banhos de piscina gelados. de bossa nova serra acima e serra abaixo. de crianças adoráveis, cada uma com sua personalidade já absolutamente definida, a despeito de a mais velha delas ter apenas 6 anos completos: gabriel, ana alice, julia [sem acento, como ela gosta de explicitar] e luíza. e de contato com uma história triste, que me partiu o coração e me fez overpensar [mais ainda!] na vida e no que há de haver por trás de todas as coisas deste mundo.

que país é esse?

o tiroteio que estampa a primeira página dos jornais de fortaleza de hoje aconteceu bem diante da minha fuça, na manhã de ontem. estava eu na frente deste mesmo computador do qual vos escrevo agora, dando uma de home officer, trabalhando no pdi [plano de desenvolvimento institucional - prospecção do crescimento da faculdade para os próximos cinco anos, herança do período que passei interinamente na direção], quando escuto dois estampidos secos e penso: 'que diabo é isso?' continuo digitando e, segundos depois, mais três estampidos secos. quando já estou quase levantando para ver do que se trata, mais uma seqüência, desta vez de pelo menos mais seis ou sete estampidos secos. então, num ato inconsciente, e contrariando a relativa inteligência de que me julgo possuidora, corro para onde? para a janela do meu quarto. detalhe: no primeiro andar do prédio-camarote, diante da rua onde acontecia talvez o maior caos já vivido numa manhã de segunda-feira nesta 'pequena e pacata cidade de miracema do norte'. em tempo, ainda, de ver a cena: os carros debandando em ré; os passantes e as buzinas gritando; os serventes de pedreiro que trabalham nas fundações da construção da frente rodopiando como peões, divididos entre o instinto de proteger-se e a curiosidade pelo inesperado; as varandas subitamente enchendo de vizinhos; a caminhonete preta completamente baleada; e o bandido correndo, com a arma ainda em punho, e entrando num carro que, salvo engano, subiu a rua na contra-mão. e eu, inerte, diante da janela, com o coração a sair pela boca e as pernas tremendo. sem realizar, ainda, que eu não deveria estar ali, mas bem escondida debaixo da mesa de jantar, atrás do sofá do escritório, ou no buraco que ainda espera pela máquina de lavar roupas. e vocês hão de estar se perguntando em que morro eu moro, né? mas eu moro na zona mais nobre da capital cearense, queridos. e digo que num raio de não mais do que quatro quarteirões do cruzamento em que aconteceu o fato [e no qual eu perco pelo menos dois minutos dos meus dias, diariamente] estão dez entre os dez endereços mais caros da cidade - o que justifica, certamente, a tentativa de seqüestro que a polícia investiga agora.
----------------------------
passado o susto, frustrado o seqüestro, fora de perigo o baleado e foragidos os bandidos, a pergunta que ainda resta é essa: que porra de país é esse?

se todos fossem iguais a você...

chorei, ponto.

dois irmãos

uma bela alegoria. vinícius e tom(zinho) como os dois irmãos de ipanema. domingo eu vou lá [no celina queiroz], ver o espetáculo, só com gente do meu naipe []: troço, claudinha, tá e cecília [com quem almocei hoje, numa certa mesa de canto da barão de studart]... e você, não vai não?

meus porquês

porque ontem eu ganhei um buquê de rosas brancas. e minha mãe disse que é muito bom, ganhar rosas brancas. porque uma pessoa improvável sonhou comigo, e me contou esta manhã. me levava uma xícara [amarela] de café e um pedaço de bolo, mas a xícara estava vazia. e eu, impressionável como sou, estou até agora a pensar no significado oculto deste sonho. e porque fazem já alguns dias que eu leio caio fernando abreu, e não consigo escolher uma coisa apenas para transcrever para cá. porque caio é tão intenso, tão deprê, quase impublicável. e porque eu fico pensando que vocês vão achar que estou mal se publicar caio aqui. e eu não estou. estou apenas overpensante. como sempre. talvez um pouco mais. deve ser a lua cheia, que se aproxima.

.por onde andei.

.por onde andei.
.sob o céu furta-cor de jeri.

.pela orla da minha querida cascais.

.por entre as milhares de bicicletas de amsterdam.

.pelas ruas medievais da irretocável bruges.

.sob as luzes e sombras da grand place, em bruxelas.

.pela simétrica [e linda!] place des vosges, em paris.

.pela incrível plaza de españa, em sevilla.

.pelo fabuloso parc güell, em barcelona.

.pela recoleta, em buenos aires.

.pelas muralhas de óbidos.

.pela nascimento silva, em ipanema.

.pela cidade alta, em salvador.

.pelo pico alto, em guaramiranga.

.pelas charmosas ruas de sintra.

.pela torre de belém, em lisboa.

.pelas margens do douro, no porto.

.pelo casco viejo, em santiago de compostela.

.pelo meu retiro, em madrid.

.caminham comigo.

follow me on twitter!

.plágio é crime e atestado de burrice.

Page copy protected against web site content infringement by Copyscape MyFreeCopyright.com Registered & Protected

.presentinhos.

.presentinhos.